Tratamos de discutir en esta tesis acerca de la militarización de la seguridad pública en Brasil desde la Nueva República (1988-2022), cuyo análisis se dio a partir de las lentes de la economía política de la pena. Con el problema de investigación, cuestionamos por qué la seguridad pública en Brasil se encuentra militarizada aún después de su proceso de redemocratización a partir de 1988. Una segunda pregunta fue realizada de forma subsidiaria: del porqué las condiciones sociohistóricas no han permitido una ruptura de los resquicios coloniales a partir de la redemocratización en el ámbito de la seguridad pública. En nuestra hipótesis tratamos de partir de las ideas de que nuestro sistema punitivo latinoamericano está constituido por un modelo híbrido de control sociopenal, tanto disciplinario como neutralizador, siendo el derecho un instrumento que legitima en determinadas graduaciones el uso de la violencia como se dio históricamente con la ideología de la seguridad nacional. Se parte de la idea de que los modelos de seguridad (nacional y pública) se diferencian solo en algunos grados, de modo que funcionan como mecanismos disciplinarios, neutralizadores, de modulación y contención de los sujetos en la reproducción social. Así, desde la redemocratización, la graduación de ese proceso en el ámbito democrático se manifiesta por la intensificación del proceso de militarización de la seguridad pública para garantizar mayor explotación del trabajador, expoliación salarial y acumulación de capital. La entrada de la Constitución de 1988 no significó la ruptura con la autocracia del Estado, siendo ella observada a partir de la militarización de la seguridad pública con los fenómenos que la constituyen: la Policía Militar, las milicias, el Subsistema Penal Federal, las operaciones de garantía de la ley y del orden, las Unidades de Policía Pacificadora, la intervención federal en Rio de Janeiro y el uso de la Ley de Seguridad Nacional en la administración de Jair Bolsonaro. Con respecto al objetivo de la investigación, se busca analizar los elementos sociohistórico-jurídicos determinantes que conforman las tendencias contemporáneas del proceso de militarización de la seguridad pública brasileña en las etapas metabólicas sociales del capital en la Nueva República, así́ como la constitución y desarrollo de esta militarización desde el modelo de seguridad nacional y su discusión a partir de la Constituyente de 1987-1988. Con los objetivos específicos, se tiene la intención de (a) explicar el marco teórico de la economía política de la pena a partir de la conformación de los métodos represivos, de control y punitivos del Estado brasileño; constituido sobre bases racistas y patriarcales, de acuerdo con los modelos de producciones capitalistas a partir del siglo XX; (b) identificar los antecedentes y cómo se desarrolló y produjo la Doctrina de Seguridad Nacional en la realidad brasileña como forma de control social y penal, desde los hitos de la economía política la pena, de la teoría de la dependencia latinoamericana y de la autocracia del Estado burgués; (c) analizar las principales discusiones sobre la seguridad nacional y la seguridad pública en la Constituyente de 1987-1988 para la comprensión del cambio formal de los modelos de seguridad con la promulgación de la Constitución de 1988; y (d) explicar la configuración de la militarización de la seguridad pública desde las determinaciones estructurales, sobre todo sociohistórica-jurídicas, que conforman las tendencias contemporáneas identificadas en la hipótesis durante el desarrollo de las etapas de apertura neoliberal, socioliberal y ultraneoliberal-neofascista de la Nueva República. El marco teórico aquí defendido es el de la economía política de la pena, como forma de entender la dinámica del control sociopenal y la forma de producción y reproducción social, sobre todo dando énfasis a las fuerzas ejecutoras de ese control. Paralelamente, nos basamos en otros dos marcos panorámicos para reivindicar una economía política latinoamericana de la pena, siendo estos la Teoría Marxista de la Dependencia y la categoría del Estado autocrático burgués. Sobre la metodología, realizamos una investigación cualitativa donde usamos el método del materialismo histórico-dialéctico, y, sobre el estudio de los documentos de la Constituyente de 1987-1988, partimos de los aportes de la etnografía documental y de la técnica de análisis de contenido. Por último, estructuramos la tesis en tres grandes partes, dividiéndolas en seis capítulos. La primera contiene dos capítulos donde trabajamos con el marco teórico, respectivamente, con las formulaciones clásicas y con las latinoamericanas. En la segunda parte, que es histórica, hicimos una división en tres capítulos, siendo el capítulo tercero un análisis del control y de la formación sociohistórica brasileña; en el cuarto capítulo, hicimos un análisis del papel de los militares en la historia y del surgimiento de la ideología de la seguridad nacional; el quinto se refiere a las discusiones de seguridad en la Constituyente. En la última y tercera parte, que abarca el sexto capítulo, buscamos analizar el fenómeno de la militarización de la seguridad pública a partir de los elementos ya enunciados en la hipótesis.
Tratamos de discutir nesta dissertação sobre a militarização da segurança pública no Brasil desde a Nova República (1988-2022), cuja análise se deu pelo olhar da economia política da pena. Com o problema de pesquisa, questionamos por que a segurança pública no Brasil se encontra militarizada ainda depois do seu processo de redemocratização a partir de 1988? Uma segunda pergunta foi realizada de forma subsidiária, do porquê as condições sociohistóricas não permitiram uma ruptura dos resquícios coloniais a partir da redemocratização no âmbito da segurança pública? Na nossa hipótese tratamos de partir das ideias de que o nosso sistema punitivo latino-americano é constituído por um modelo híbrido do controle sociopenal, tanto disciplinar como neutralizador, sendo o direito um instrumento que legitima em determinadas graduações o uso da violência como se deu historicamente com a ideologia da segurança nacional. Se parte da ideia de que os modelos de segurança (nacional e pública) diferenciam-se apenas em graduação, de modo que funcionam como mecanismos disciplinar, neutralizador, de modulação e contenção dos sujeitos na reprodução social. Assim, desde a redemocratização, a graduação desse processo no âmbito democrático manifesta-se pela intensificação do processo de militarização da segurança pública como forma de garantir maior exploração do trabalhador, espoliação salarial e acumulação de capital. A vigência da Constituição de 1988 não significou a ruptura com a autocracia do Estado, sendo ela observada a partir da militarização da segurança pública com os fenômenos que a constituem: a Polícia Militar, as milícias, o Subsistema Penal Federal, as operações de garantia da lei e da ordem, as Unidades de Polícia Pacificadora, a intervenção federal no Rio de Janeiro e o uso da Lei de Segurança Nacional na administração de Jair Bolsonaro. Com relação ao objetivo da pesquisa, busca-se analisar os elementos sociohistórico-jurídicos determinantes que conformam as tendências contemporâneas do processo de militarização da segurança pública brasileira nas etapas sociometabólicas do capital na Nova República, bem como a constituição e desenvolvimento desta militarização desde o modelo de segurança nacional e por sua discussão a partir da Constituinte de 1987-1988. Com os objetivos específicos, tem-se a intenção de (a) explicar o marco teórico da economia política da pena a partir da conformação dos métodos repressivos, de controle e punitivos do Estado brasileiro; constituído sobre bases racistas e patriarcais, de acordo com os métodos de produção capitalistas a partir do século XX; (b) identificar os antecedentes e como desenvolveu-se e produziu a Doutrina de Segurança Nacional na realidade brasileira como forma de controle social e penal, desde os marcos da economia política da pena, da teoria da dependência latino-americana e da autocracia do Estado burguês; (c) analisar as principais discussões sobre a segurança nacional e a segurança pública na Constituinte de 1987-1988 para a compreensão da mudança formal dos modelos de segurança com a promulgação da Constituição de 1988; e (d) explicar a configuração da militarização da segurança pública a partir das determinações estruturais, sobretudo sociohistórica-jurídicas, que conformam as tendências contemporâneas identificadas na hipótese durante o desenvolvimento das etapas de abertura neoliberal, socioliberal e ultraneoliberal-neofacista da Nova República. O marco teórico aqui defendido é o da economia política da pena, como forma de entender a dinâmica do controle sociopenal e a forma de produção e reprodução social, inclusive dando ênfase às forças executoras desse controle. Paralelamente, baseamo-nos em outros dois marcos panorâmicos para reivindicar uma economia política latino-americana da pena, que são a Teoria Marxista da Dependência e a categoria do Estado autocrático burguês. Quanto à metodologia, realizamos uma investigação qualitativa em que usamos o método do materialismo histórico-dialético, e, acerca do estudo dos documentos da Constituinte de 1987-1988, partimos das contribuições da etnografia documental e da técnica de análise de conteúdo. Por último, estruturamos a dissertação em três grandes partes, dividindo-as em seis capítulos. A primeira contém dois capítulos em que trabalhamos com o marco teórico, respectivamente, com as formulações clássicas e com as latino-americanas. Na segunda parte, que é histórica, fizemos uma divisão em três capítulos, sendo o capítulo terceiro uma análise do controle e da formação sociohistórica brasileira; no quarto capítulo, fizemos uma análise do papel dos militares na história e do surgimento da ideologia da segurança nacional; o quinto se refere às discussões de segurança na Constituinte. Na última e terceira parte, que compreende o sexto capítulo, buscamos analisar o fenômeno da militarização da segurança pública a partir dos elementos já enunciados na hipótese.
In this thesis we discussed the militarization of public security in Brazil from the New Republic (1988-2022), whose analysis was made by looking at the political economy of punishment. With the research problem, we question why the public security in Brazil is militarized even after its redemocratization process from 1988? A second question was asked in a subsidiary way, why the socio-historical conditions did not allow a rupture of colonial remnants from the redemocratization in the field of public security? In our hypothesis we are using the ideas that our Latin America punitive system is constituted by a hybrid model of sociocriminal control, both disciplinary and neutralizing, being the law an instrument that legitimizes in certain degrees the use of violence as was historically the ideology of national security. It starts from the idea that the security models (national and public) differ just in degree, so that they function as disciplinary, neutralizer, modulation, and containment mechanisms subjects in the social reproductions. Thus, since redemocratization, the graduation of this process in the democratic sphere is manifested by the intensification of the process of militarization of public security as a way of ensuring greater explanation of the worker and accumulation of capital. The introduction of the 1988 Constitution did not mean a break with the autocracy of the State, it being observed since the militarization of public security with the phenomena that constitute it: the Military Police, the militias, the Federal Criminal Subsystem, the law-and-order guarantee, the Pacification Police Units, the federal intervention in Rio de Janeiro and the use of the National Security Law in the administration of Jair Bolsonaro. With regard of the objective of the research, it seeks to analyze the socio-historical and legal elements determinants that shape the contemporary trends of the process of the militarization of Brazilian public security in the social metabolic stages of capital in the New Republic, as well as the constitution and development of this militarization from the national security model and its discussion from the 1987-1988 Constituent Assembly. With the specific objectives, it is intended to (a) explain the theoretical framework of the political economy of punishment from the conformation of the repressive, control and punitive methods of the Brazilian State; constituted on racist and patriarchal bases, according to the models of capitalist productions from the 20th century; (b) identify the background and how the Doctrine of National Security was developed and produced in the Brazilian reality as a form of social and criminal, from the milestones of the political economy of punishment, of the theory of Latin American dependence and the autocracy of the bourgeois State; (c) analyze the main discussions on national security and public security in the Constituent Assembly of 1987-1988 to understand the formal change of security models with the promulgation on the 1988 Constitution; and (d) explain the configuration of the militarization of public security from the structural determinations, especially socio-historical and legal, that conform the contemporary tendencies identified in the hypothesis during the development of the neoliberal, socioliberal and fascist-liberal opening stages of the New Republic. The theoretical framework defended is that of the political economy of punishment as a way of understanding the dynamics of sociopenal control and the form of social production and the form of social production and reproduction, even emphasizing the enforcing forces of that control. In parallel, we rely on two panoramic frameworks to claim a Latin America political economy of punishment, which are the Marxist Theory of Dependence and the category of the autocratic bourgeois State. About the methodology, we carried out a qualitative investigation in which we used the method of dialectical-historical materialism, and, regarding the study of the documents of the Constituent 1987-1998, we used the contributions of documentary ethnography and the technique of content analysis. Finally, we structured the thesis into three large parts, dividing them into six chapters. The first contains two chapters in which we work with the theoretical framework, respectively, with the classic formulation and with the Latin American ones. In the second part, which is historical, we divided into three chapters, the third chapter being an analysis of the control and the Brazilian socio-historical formation; in the fourth chapter, we made an analysis of the role of the military in history and the emergency of the ideology of national security; the fifth concerns security discussions in the Constituent Assembly. In the last and third part, which covers the sixth chapter, we seek to analyze the phenomenon of the militarization of public security from elements already enunciated in the hypothesis.